Incineração
A prática de empilhar resíduos e atear fogo ao ar livre é um
costume que vem de vários séculos. Esta atividade visava principalmente
evitar que a parcela orgânica do lixo entrasse em decomposição,
propagando vetores como ratos, baratas, moscas, além do mau-cheiro.
Com o crescimento das cidades e o estabelecimento dos serviços de coleta do lixo esta prática tornou-se inadequada, devido aos
incômodos causados às vizinhanças e aos danos provocados ao meio
ambiente. Entretanto, é bastante comum verificar nos dias de hoje a adoção
deste procedimento, principalmente na zona rural e na periferia das cidades,
onde os serviços de coleta de resíduos se mostrem deficientes (LIMA,
1986).
Já há algum tempo, principalmente nas grandes metrópoles,
em que a existência de áreas para a construção de aterros sanitários é cada
vez mais escassa, a incineração vem sendo apontada como uma das
alternativas de tratamento de resíduos sólidos.
A incineração de resíduos consiste na sua combustão,
controlada através de equipamentos especiais denominados incineradores;
ela é considerada um método de tratamento de resíduos sólidos, semisólidos
e líquidos.
Basicamente, a incineração consiste num processo de redução
de peso e volume do lixo. Os remanescentes da queima são geralmente
constituídos de gases, como o anidrido carbônico (CO2), o anidrido
sulfuroso (SO2), o nitrogênio (N2), o oxigênio (O2) proveniente do ar em excesso que não foi queimado completamente, água (H2O), cinzas e
escórias constituídas de metais ferrosos e inertes, como vidro e pedras.
A escória, geralmente da ordem de 15 a 20% da massa original
do lixo, deve ser encaminhada para um aterro sanitário, e a sucata de ferro
pode ser reciclada.
Quando a combustão é incompleta, os gases, principalmente o
monóxido de carbono (CO) e partículas (fuligem ou negro de fumo)
exercem forte ação poluidora na atmosfera. Portanto, é imprescindível que 36
os incineradores modernos contem, além da câmara de combustão, com
equipamentos complementares, como filtros destinados ao tratamento de
gases e agregados leves resultantes da combustão dos resíduos (CETESB,
1985).
Outro aspecto importante a ser considerado na instalação de
incineradores é a possibilidade da recuperação do calor gerado no processo
da queima dos resíduos.
• Partes constituintes de um incinerador
Os órgãos responsáveis pelo controle da poluição ambiental
têm aumentado, cada vez mais, as exigências relacionadas à minimização
dos impactos negativos gerados nos processos de tratamento e destinação
final de resíduos sólidos, principalmente no que diz respeito a instalações
de incineradores. Essas exigências visam a impedir que as experiências
desastrosas com usinas de incineração em várias partes do mundo se
repitam aqui, principalmente aquelas envolvendo resíduos industriais.
Para que uma usina de incineração opere com sucesso, uma série de informações a respeito dos resíduos a serem incinerados deverão
direcionar o projeto. Entre elas incluem-se:
- tipo, quantidade e composição dos resíduos a serem
incinerados;
- poder calorífico inferior (PCI), que indica a quantidade de
calor liberado por uma determinada quantidade de resíduos durante o
processo de queima;
- quantidade de ar necessário para a combustão completa dos
resíduos; 37
- quantidade e natureza das cinzas, eventualmente geradas no
processo etc.
O desconhecimento dessas e de outras variáveis, pode resultar em projetos equivocados, dificultando o controle, a operação e a
manutenção do equipamento, além de aumentar os riscos de poluição do
meio ambiente. Equipamentos com essas características têm sido fechados
em vários países do mundo, gerando formidáveis prejuízos aos cofres
públicos, em função do seu elevado custo. A Figura 7 ilustra um
incinerador utilizado para a combustão controlada de resíduos sólidos
urbanos nos Estados Unidos e seus principais componentes.
Jornal denuncia lixo hospitalar descartado em Avenida de Campina Grande
O Jornal da Paraíba flagrou, na manhã da última terça-feira, na Avenida Assis Chateaubriand, em Campina Grande, dezenas de bolsas de soro e outros objetos oriundos de unidades hospitalares, que não possuíam lacre e nem estavam etiquetadas indicando o local de origem. Alguns estavam sujos com marcas de sangue, o que reforça a possibilidade de descarte hospitalar clandestino.
De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos do Município, por mês são destinadas à incineração cerca de sete toneladas de resíduos vindos dos postos do Programa de Saúde da Família, Centro Municipal da Saúde e Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea).
Já da rede privada, dos consultórios e clínicas e, principalmente, do Hospital Regional de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes são recolhidos, juntos, 3.200 quilos de resíduos por mês.
O processo de recolhimento e transporte do lixo oriundo dos hospitais é feito de forma diferente ao lixo doméstico. Conforme informações do secretário de Serviços Urbanos de Campina Grande, Fábio Almeida, e do diretor administrativo do Hospital de Trauma, Flawber Cruz, os resíduos são lacrados e etiquetados para que sejam identificados de onde eles saíram. O transporte até os incineradores é feito em um veículo fechado, para que seja evitado qualquer acidente ao longo do trajeto.
"Nós recolhemos algo em torno de sete toneladas por mês e levamos para um incinerador no bairro da Catingueira, onde eliminamos o lixo", explicou o secretário Fábio Almeida.
Já Flawber afirmou que o transporte dos resíduos, tanto do Trauma de Campina como dos hospitais e clínicas particulares, é feito por uma empresa contratada pelo Estado, que lacra, coloca o lixo dentro de uma caixa específica e transporta até o local onde é incinerado.
"Primeiro nós fazemos a separação do lixo comum e do hospitalar, e só depois é que esse processo de transporte é seguido", acrescentou Cruz.
AGEVISA
A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) de Campina Grande informou que a fiscalização é feita apenas na hora da separação e lacramento do lixo nos hospitais e clínicas e que casos como o do flagrante são encaminhados à Ouvidoria da instituição para serem investigados.